19 de abril de 2009

Renda



Um fio que tece um sonho___um sonho que tece um conto___um conto que canta em mim (um sonho que canta o fim)___um sonho que canta o fim___um conto que sonha em mim___um conto que canta em mim...
Incrível como os fios (sempre) estão ai e nos entrelaçam a todos.

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18 de abril de 2009

E...





Nem bem o dia clareou, relembra conversas no café da manhã. Como aquela sobre a menina da Terra dos Sorrilzudos, que já nasceu sorrindo. Até agora o André não a desenhou e nem a estória a ser contada vingou. Mas, a pergunta que se fez, à época, permanece: o que faz a gente nascer sorrindo? Anda pensando.
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a conversa anterior: Era uma vez
No café da manhã começamos a falar da menina que nasceu sorrindo. Sim, sorrindo (o que fez a Ya morrer de rir, ainda que tampando a boquinha para fazer de conta que isso nem era tão engraçado assim). Pois é. Mas, também pudera, porque segundo sei, ela - a menina, veio de um lugar com um nome bem assim: Terra dos Sorrilzudos. André achou que devemos contar tal estória, ou pelo menos construí-la a 3. E eu, achei que ele - apenas ele, já que tem o "dom" - deve desenhá-la. Assim, quando ele fizer isso vamos tratar de mudar o desenho acima e saber se por trás de tanto sorriso há algo mesmo que não esteja muito bem. Claro, porque na nossa estorinha pode ser que exista algo mesmo que precise ser desvelado. Aguardemos, pois.
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15 de abril de 2009

Bordados


Aquieta-se para observar a vida e percebe que, vez ou outra, a deixa escorrer por entre tempos desavisados. Ainda hoje não procurou por passarinhos no chão da praça (coisa mais linda de se ver) e nem olhou o céu de anil (que tanto ama, principalmente quando acorda) para ver o azul se "avermemarelar" e ir embora com o pôr do sol. Na correria, deixou de lado a vontade de abraçar pessoa pequenina, deitada no sofá da sala, com dor de cabeça (uma judiação), mesmo lembrando que, se amamos, devemos mais que dizer. Devemos fazer. Tampouco se ligou na música que, de algum lugar, fez contraponto aos sons de uma obra em andamento e uma risada, larga, dada diante de acontecimento inesperado no meio da rua. Então recorda-se de ontem, quando foi avisada sobre a morte de um conhecido, pensando que (mesmo quando não escolhemos a hora de ir) só temos o agora como presente. (Novamente) obriga-se a mudar, para não se esquecer de que se quer fazer pela vida afora um poema azul (que traga uma paz infinita e um sutil aroma de amor...) precisa prestar atenção. Muita atenção.
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Imagem: Leandro Lamas

Sentidos

Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou" (Manoel de Barros)


Que elas cheguem (ainda que sem ocupar todos os vazios )
E permitam o amor da escuta atenta a quem tão bem queremos


13 de abril de 2009

Movimento


Olha para o horizonte e seus pensamentos não lhe dão sossego, ainda que se sinta tranquila.
Lembranças diversas e uma questão recorrente: faria as mesmas escolhas se tivesse a oportunidade de voltar no tempo?
Sorri e a resposta lhe parece impossível no momento.
Contudo, levanta-se e segue o fio da vida.

(imagem: Patrícia Metola)

Fluxo

Hoje somente 'desamanhecer', desaprender
Amanhã, na calma do silêncio
Aprender















(imagem: Patricia Metola)

11 de abril de 2009


"Minha felicidade: Depois que cansei de procurar/aprendi a encontrar/depois que um vento me opôs resistência/velejo com todos os ventos."
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"Mein glück: seit ich des suchens müde ward,/erlernte ich das finden./seit mir ein wind hielt widepart,/segl’ich mit allen winden." (Nietzsche)


(tradução: Paulo César de Souza)