13 de junho de 2009

Gira, Mundo

E a vida vai girando, parecendo um carrousel
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Greeski ladori gonza/ Ladova mishtigreets sia... / Tomili vongela i na/ Noplei segela no ita/ Mercista vagita no mae/ Ka leeza pelileesh dior etai / Magishki vonvea veelae / Mepeshtae gochikor no za / Meone vanor ishti/ tegrets e panca / Bakuchi debresko lunasae / Greeskii ladori gonza / Ladova mishtigreets sia / Ladova mishtigreets sia
(Carrousel, Cirque du Soleil)
Imagem: Patricia Metola

8 de junho de 2009

E basta contar compasso...

"A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que não se misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data."
(Riobaldo, in G. Rosa)

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Na noite do sertão
primavera de 2008
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Vou estar com você amanhã e penso que ainda falta preparar muitas coisas (algumas que prometi, inclusive). Mas, sim, o doce de leite e o queijo já estão comprados. Ouço o Lô (no meio de papéis para ler) porque Clube da Esquina te faz mais próximo, antes mesmo da sua chegada, e "... lá se vai mais um dia, e basta contar compasso, e basta contar consigo, que a chama não tem pavio, de tudo se faz canção, e o coração na curva de um rio, rio ..." . Me pego relembrando a primeira vez que te vi e o que pensei (mas isso é somente meu e, para ti, basta o que digo sempre). Sinto-me feliz, ainda que deseje mais. Acredito que sempre desejarei. Assim, entre tantos e tantos devaneios, sonho com pão e o café com leite quentinho compartilhado de manhã. Com os pés no chão, descalços, caminhando pela rua de nossa casa. Deitar no sofá para ver os desenhos que gostamos. Viajar com a cabeça no teu colo. Passear por exposições diversas (mesmo procurando por mil caminhos o caminho certo) e ouvir as músicas que você conhece e eu não. É, nem sempre conheço o teu mundo. Mas sinto que quero. Também cada vez mais.
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Em tempos passados eu já tinha dito que, em mim, algo se gasta e algo se gesta. Verdade. Algo se gesta e se bem me lembro de uma fala tua, quando questionei sobre o amor, sei que apontou a presença de anseios comuns. Isso igualmente se gesta ou se encontra. Recordo Bachelard (o amor ainda é, para duas pessoas que se amam, o contato entre duas poesias e a fusão de dois devaneios) e ele tem razão. Isso nos conduz. Isso tem nos conduzido. Agora, é meu desejo que possamos cuidar disso. Cuidar de nós. E olhe que, nesse ano, a minha palavra é "cuidar de mim", mas, se muito me sei, cuidar de mim é também cuidar do outro e vice-versa. Entrelaçar. Entremear (não é por acaso que, como você, gosto dessa palavra). Então, seja bem vindo, porque eu te amo, tanto... tanto.

Assim, então

" E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar
E crescer
E saber
E ser e haver
E perder, e sofrer
E ter horror
De ser e amar
E se sentir maldito
E esquecer tudo ao chegar um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito..."



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Não sei se para o Vinícius, mas, tudo isso, para mim, é muito próximo do que, em mandarim, nomeia-se Man Fu: felicidade; sorte inesgotável
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imagem: Patricia Metola