15 de abril de 2009

Bordados


Aquieta-se para observar a vida e percebe que, vez ou outra, a deixa escorrer por entre tempos desavisados. Ainda hoje não procurou por passarinhos no chão da praça (coisa mais linda de se ver) e nem olhou o céu de anil (que tanto ama, principalmente quando acorda) para ver o azul se "avermemarelar" e ir embora com o pôr do sol. Na correria, deixou de lado a vontade de abraçar pessoa pequenina, deitada no sofá da sala, com dor de cabeça (uma judiação), mesmo lembrando que, se amamos, devemos mais que dizer. Devemos fazer. Tampouco se ligou na música que, de algum lugar, fez contraponto aos sons de uma obra em andamento e uma risada, larga, dada diante de acontecimento inesperado no meio da rua. Então recorda-se de ontem, quando foi avisada sobre a morte de um conhecido, pensando que (mesmo quando não escolhemos a hora de ir) só temos o agora como presente. (Novamente) obriga-se a mudar, para não se esquecer de que se quer fazer pela vida afora um poema azul (que traga uma paz infinita e um sutil aroma de amor...) precisa prestar atenção. Muita atenção.
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Imagem: Leandro Lamas

Um comentário:

Carol disse...

...se amamos, devemos mais que dizer. Devemos fazer...
nao preciso dizer nada né???